sexta-feira, 18 de junho de 2010

Diário de uma voluntária



Olá! Me chamo Samiza Soares, tenho 35 anos, sou casada e mãe de dois filhos (Rafael e Marcos), sou gerente administrativa de uma loja de eletroeletrônicos.
Desde cedo me preocupei com as causas sociais, o que me fez participar como voluntária comum até a presidência da Organização Não-Governamental (ONG) GACC, entidade esta para qual trabalhei como voluntária por nove anos até conhecer o Grupo Raio de Sol, pelo qual me apaixonei. Foi amor a primeira vista. Então me aproximei do Grupo Raio de Sol, uma ONG muito pequena que trata crianças com Leucemia, necessitada, simples, porém transparente e muito séria para ajudá-los com meu conhecimento como voluntária. Este trabalho me ensinou a valorizar não apenas o amor presente mas também o amor ausente e a desconstruir conceitos, banir preconceitos e construir novos conceitos e, portanto, construir novos referenciais em minha vida.
Descobri que não vivo sozinha neste mundo e que as pessoas têm vida própria, suas próprias vontades e necessidades. Ser voluntário é sentir a vontade de ajudar os outros, principalmente os mais necessitados. É ver que, mesmo tendo pouco, sempre temos alguma coisa que podemos dar. Mesmo que esta coisa ainda nos seja necessária, o carente tem mais necessidade do que nós.
E assim minha trajetória deparou-me com a mesma realidade onde faço e fiz meus trabalhos voluntários… minha mãe é portadora de câncer de mama, tendo feito a retirada total da mama esquerda, atualmente em controle e em perfeita saúde. Esta infeliz realidade aconteceu nos meus quatro anos de voluntariado. Não entrei no voluntariado pela doença da minha mãe, e sim pelo amor ao próximo. 
Me sinto muito realizada e feliz com a pouca ajuda que posso dar a estas crianças sem esperança do amanhã e acredito que se todos fizessem um pouquinho ajudaria bastante. Este trabalho gera em mim uma realização pessoal, um bem-estar interior originado do prazer de servir a quem precisa. É um sentimento de solidariedade e amor ao próximo aliado com a importância de sentir-se socialmente útil.
A cada dia que passa me torno mais amiga da solidariedade.  Sempre me doei de coração pela causa e por amor ao trabalho que desenvolvo, o que me fez lutar com mais amor e brigar pela igualdade social para os menos privilegiados financeiramente e, principalmente, pelo respeito e direito a um tratamento digno a estas crianças tão sofridas com a dura realidade da Leucemia.
Exercitando meu voluntariado aprendi a compartilhar o que tenho de mais precioso: amor, felicidade, sabedoria, conhecimento, tempo e humildade. O voluntariado, então, pressupõe o compartilhar, e não o descartar as sobras que temos. No momento em que nos predispomos a compartilhar o que temos de melhor com as pessoas, é possível, então, dizer que somos voluntários.
Acredito que o valor da solidariedade cresce na medida em que há correspondência entre o ato solidário e as pessoas que se beneficiam deste ato. Como já dizia O Pequeno Príncipe: "Se eu sei que você vem às quatro, desde as três estarei à sua espera". Não adianta produzir o ato de solidariedade apenas uma vez. O Pequeno Príncipe também dizia: "Você é responsável pelo que cativa".
Peço todas as noites antes de dormir para Deus me usar como um instrumento para fazer o bem a estas crianças. E sabe de uma coisa?! Ele tem me ouvido. Venha você também ajudar o Grupo Raio de Sol, te aguardo lá.




Samiza Soares.

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